Perspectivas para o fim de ano continuam boas, apesar das turbulências

Por: Rodolfo Cirne Amstalden
16/11/07 - 13h30
InfoMoney

SÃO PAULO - Após a forte queda de 4,34% na segunda-feira, o Ibovespa voltou aos 64 mil pontos nos dois pregões subseqüentes. Recuperação que confere credibilidade ao suporte do índice e às perspectivas para o final do ano.

Os meses de novembro e dezembro são tradicionalmente conhecidos pela sazonalidade favorável às bolsas. Em 2007, tal padrão foi questionado pela volatilidade decorrente da crise do subprime. No entanto, o rumo recente do mercado, que transforma realizações em meros tropeços, devolve o otimismo às apostas.

Final feliz
O estrategista de renda variável da Infinity Asset, George Sanders, está entre os que confiam na guinada dos dois últimos meses. Mas com uma condição fundamental: "Pode ser um final de ano muito bom se as bolsas dos EUA permitirem".

Por ora, elas vêm barrando a euforia. À mercê das preocupações com os impactos do subprime, o índice Dow Jones acumula queda de 4,5% em novembro. O Ibovespa tenta se dissociar dessa má influência, com relativo sucesso: registra baixa de apenas 1,3% no mês.

O descolamento mostra que os fundamentos econômicos e corporativos brasileiros continuam sólidos. Brigando pelos ganhos, contra a realização.

Na mão dos gringos
"Não acredito em uma realização mais forte", opina Rossano Oltramari, sócio da XP Investimentos. Ele relaciona os momentos ruins do mercado tão somente à fragilidade norte-americana, que inspira um "tom de cautela" por enquanto.

Até quanto exatamente? "A volatilidade veio para ficar", afirma Tommy Taterka, operador da corretora Concórdia. Ele dá ainda mais peso à influência externa já que "o mercado está nas mãos dos gringos".

Se os investidores estrangeiros olharem as ações brasileiras como promissoras mesmo diante das turbulências, sua atuação pode ser bem-vinda neste fim de ano. Conforme lembra George Sanders, "agora é época dos grandes fundos chegando para pegar o 2008 cheio". Com que apetite eles virão?


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