Economistas comentam elevação de Brasil a grau de investimento

SÃO PAULO (Reuters) - A Standard & Poor's elevou a avaliação de dívida do Brasil nesta quarta-feira para "BBB-", o primeiro nível da faixa grau de investimento.Parte dos analistas previa que o movimento ocorresse ainda neste ano, enquanto outros apostavam em 2009. Veja a reação do mercado.

VLADIMIR CARAMASCHI, ECONOMISTA-CHEFE, FATOR CORRETORA:

"No curto prazo gera euforia e no médio prazo a gente vai ter algumas fontes de recursos que não podiam investir em países que não eram investiment grade.
O comportamento do Brasil durante a crise deu espaço para a S&P fazer isso. A economia doméstica está se sustentando bem, o risco-país se mantendo na faixa dos 200 pontos, o crescimento econômico está bom, tanto que o BC está até aumentando juros, mostrando responsabilidade quanto à inflação.
Eu particularmente não esperava para agora, em parte pela fragilidade fiscal do país e em parte porque achava que as agências seriam mais cautelosas neste momento de crise."

SIDNEI MOURA NEHME, DIRETOR-EXECUTIVO, NGO CORRETORA DE CÂMBIO:

"Eu acho que veio no momento difícil... isso vai facilitar o ingresso e o dólar vai mais para baixo.
A gente está com problema de queda de exportação, aumento de importação, aumento de remessas. Agora estamos naquela fase dos efeitos colaterais dessa política de apreciação (do real). O dólar já cumpriu o papel de ser âncora para a inflação.
É uma coisa boa, mas para o Brasil é perigosa."

FLÁVIO SERRANO, ECONOMISTA-CHEFE, LÓPEZ LEÓN MARKETS:

"Eu já previa que sairia esse ano ainda, mas é sempre uma boa notícia. Pela diferença (entre outros títulos) que o Brasil pagava, o mercado já considerava o Brasil como grau de investimento. Ele veio principalmente pela evolução das contas externas --o Brasil é credor líquido já-- e pelas contas do governo, que teve superávit nominal.
A crise (de crédito mundial) ajudou o Brasil a conquistar o grau de investimento, porque mostrou que o Brasil está preparado para superar os problemas externos. Agora as outras agências devem seguir."

(Reportagem de Vanessa Stelzer e Silvio Cascione; edição de Alexandre Caverni)

Fonte: uol.com.br

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