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Aos que seguem otimistas com a Bolsa, atenção à estratégia de Soros

SÃO PAULO - A alteração foi brusca no retrato da Bolsa, e exige uma mudança proporcional de estratégia. A partir daí, é comum recorrer aos famosos provérbios dos mega-investidores para os períodos de incerteza.

O primeiro que vem a mente remete à reconhecida estratégia de Warren Buffett: é na crise que surgem as maiores oportunidades. É inegável a validade desta afirmação, apesar de se restringir a uma parcela limitada da Bolsa, de quem ainda tem "potencial" - dinheiro em caixa - para se aproveitar das baixas.

Apesar da limitação desta afirmação, da atuação dos grandes investidores podem ser tiradas lições importantes para as mais variadas necessidades do investimento em ações, além de "amenizar" o sofrimento dos mais desnorteados diante dos solavancos dos mercados.

A partir desta premissa, da busca pelo "bom e barato" entre as ações, um passo inicial pode ser alterar sua maneira de enxergar o mercado. Na hora de escolher uma ação com grande potencial e valor fortemente penalizado pela crise, algumas ferramentas podem ajudar na árdua tarefa de garimpar oportunidades.

Enxergando diferente a Bolsa
É daí que surgem indicadores financeiros muitas vezes esquecidos entre os investidores. Relacionar o potencial de ganhos projetados ao preço dos ativos naquele momento pode dar uma boa idéia das melhores apostas para o investidor naquele período.

Um bom exemplo é o chamado PEG - Price/Earnings to Growth. O indicador, que a primeira vista oferece impressão de complexidade, apenas relaciona o P/E da empresa com a evolução projetada para seus ganhos.

Soros de olho na Vale?
Alinhando este conceito à realidade atual da Bolsa, ganha evidência um post do portal estrangeiro "stockpickr", especializado em mercados. O site relacionou alguns ativos preferidos por George Soros: dentre eles, apareceram os da mineradora brasileira Vale.

Entre diversos ativos externos, os da Vale figuram na carteira do Quantum Fund de Soros, de acordo com o portal. Na análise do post, os ativos com melhor PEG são preferidos para estes momentos.

Aos que desconhecem a habilidade de Soros como investidor: quem investiu US$ 100 mil no surgimento do fundo (em 1969) e manteve, agora possui US$ 150 milhões.

De maneira geral, este indicador pode ser utilizado para relacionar o atual preço da ação com seu potencial de retorno, algo ideal diante do momento atual de incerteza de um mercado recheado de companhias com grande potencial e ações "baratas".

Esperança na virada
Mas esta questão não resolve o problema da maior fatia de investidores citada anteriormente. Apesar da maior parte da "auto-ajuda" proporcionada pelas frases mais memoráveis do mega-investidores servirem mais para a menor parcela de investidores, exatamente a que detém capital em caixa para se aproveitar do momento de baixa, algumas lições importantes servem também ao investidor aterrorizado pelo ciclo de forte volatilidade dos mercados, que se mantém na Bolsa apenas na esperança da recuperação.

A estes, vem de Soros também uma frase memorável que pode trazer alento diante da rotina de bruscas oscilações: "A volatilidade de curto prazo é mais alta nas viradas do mercado, e diminui a medida que a tendência se estabiliza".

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
07/08/08 - 12h15
InfoMoney

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